Segundo o responsável, até ao momento, 60 pacientes, entre crianças, adolescentes e adultos, foram rastreados, 57 dos quais foram seleccionados nesta primeira fase da campanha.
Olímpio Chapuia explicou que o pé torto congénito é uma alteração nos ligamentos, músculos, tendões e ossos do pé do bebé, que acontece ainda na gestação, fazendo com que ele nasça com uma deformidade em um ou nos dois pés.
A campanha, informou, será realizada de forma periódica, com sessões trimestrais, no sentido de abranger um maior número de pessoas nesta condição, com o objectivo de permitir aos pacientes desenvolver a capacidade de caminhar com normalidade e uma melhor integração social.
“Pretendemos atender os casos mais graves, com vista a oferecer um futuro autónomo e maior qualidade de vida aos pacientes”, afirmou o ortopedista.
De acordo com o médico, quanto mais cedo for realizada a intervenção cirúrgica para a correcção do problema congénito, maiores são as chances de recuperação total.
A acção, acrescentou, vai contar, igualmente, com especialistas provenientes de Luanda, tendo assegurado a existência de material suficiente para o êxito da campanha.
O médico reforçou o apelo à população no sentido de comparecerem na área de Consultas Externas, balcão 5 do HGB, durante esta semana, e participar do rastreio. “Estamos em prontidão para atender todos os casos. É uma oportunidade única que pode transformar vidas”, explicou.
Neste momento, disse, está em curso no Hospital Geral de Benguela o processo de triagem, para tal os interessados devem fazer-se acompanhar de todos os documentos médicos que possuem.
Olímpio Chapuia explicou que a iniciativa reflecte o compromisso da unidade sanitária com a melhoria da saúde pública e reforça o papel do hospital como referência em cuidados médicos especializados na região.
Mobilização
Para que se atinja um maior número de pacientes, o Hospital Geral de Benguela tem divulgado a campanha através das redes sociais e conta, também, com o apoio das autoridades tradicionais, que têm transmitido a informação nas comunidades, uma acção que permitiu rastrear pacientes oriundos da província do Cuanza-Sul.
Entre os pacientes rastreados, está Emanuel Barbante, de 14 anos, que olha para a acção como uma oportunidade de realizar o sonho de corrigir a condição física que o incomoda. “Me apercebi sobre a campanha nas redes sociais e não hesitei, vim imediatamente para fazer o rastreio”, disse.
Mariana Joaquim deslocou-se do município do Lobito para Benguela e, também, não escondeu a emoção. “Senti-me muito feliz por participar nesta campanha, estou optimista de que o meu problema será resolvido. Aconselho as outras pessoas que se encontram na mesma condição a procurarem pelo hospital”, disse.